quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Enfim, o badalado tablet chega à sala de aula

Escolas brasileiras de ponta começam a testar o dispositivo, obedecendo a duas pregações de especialistas: preparar professores para o uso da tecnologia e transformar a máquina em ferramenta pedagógica

Nathalia Goulart

Alunos do Colégio Visconde de Porto Seguro utilizando o iPad
Alunos do Porto Seguro utilizam o iPad: aulas acompanhadas de perto pela professora Sandra Peres (ao fundo) (Breno Rotatori)

"Graças a dispositivos como tablets e smartphones, é possível, pela primeira vez, unir de maneira tão integrada o mundo dentro e fora da escola" – Christopher Dede, professor da Faculdade de Educação de Harvard


No retorno à escola após as férias de julho, estudantes do nono ano do Colégio Visconde de Porto Seguro, em São Paulo, cercaram a professora de ciências Sandra Gruenwald Peres com única pergunta: quando começariam as aulas sobre tabela periódica. A razão para tamanha ansiedade é o fato de que o conteúdo de química, tradicionalmente abordado a partir de um cartaz afixado na parede, passaria a ser apresentado com ajuda de um novo aliado da educação: o tablet. Com o dispositivo em mãos, alunos de 14 anos interagem com representações gráficas dos elementos químicos, exibidos em movimento e até em terceira dimensão. "Conseguimos despertar o interesse dos alunos por um assunto considerado desinteressante pela maioria. É uma vitória", diz Sandra. Os resultados da introdução de cem tablets em sala de aula serão avaliados até o fim do ano. Mas o colégio já tem uma certeza: "É um caminho sem volta, pois a nova geração demanda também da escola a adoção de tecnologias de ponta", diz Renata Guimarães Pastore, diretora de tecnologia da educação, divisão recém-criada pelo Porto Seguro para lidar com o assunto.
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"Graças a dispositivos como tablets e smartphones, é possível, pela primeira vez, unir de maneira tão integrada o mundo dentro e fora da escola", sentencia Christopher Dede, professor da Faculdade de Educação da Universidade Harvard e especialista em tecnologia. Trata-se, portanto, de uma grande oportunidade para a educação – não há por que duvidar. Os tablets são portáteis, permitem consumir, produzir e compartilhar conteúdos como textos, fotos e vídeos, possibilitam interatividade e conexão à internet. Tudo isso pode significar uma transformação para a velha escola, praticamente estacionada no século XIX, com quadros negros e aulas expositivas. A despeito disso, o tablet não deve ser encarado como uma panaceia para a área de educação. Para que a maquininha dê frutos, concordam especialistas, é preciso conferir a ela uso e conteúdo pedagógicos.
"Sou a favor do uso de tablets na escola, mas não sem salientar que eles precisam ser utilizados de maneira inteligente", pontua Christopher Quintana, professor da Universidade de Michigan e também especialista em tecnologia. "Não se trata apenas de usar uma nova tecnologia. O trabalho da escola deve ser envolvê-la em seu projeto pedagógico e determinar objetivos claros para a ferramenta”, acrescenta o especialista. O desafio de transformar máquinas em ferramentas educacionais não é novo. Ele ocupa a escola há pelo menos uma década, quando os computadores passaram a integrar a realidade acadêmica. É a partir dessa experiência que pesquisadores, no Brasil e no mundo, apontam caminhos para os novos aparatos, como os tablets que, cedo ou tarde, chegarão às mãos dos estudantes. Continue a ler a reportagem
Breno Rotatori

Alunos do Colégio Visconde de Porto Seguro utilizando o iPad
Bianca Santana (ao fundo) e Renata Pastore acompanham alunos no uso do tablet no colégio Porto Seguro

Ainda faltam evidências científicas de que o uso da tecnologia como recurso pedagógico provoque impactos positivos significativos no desempenho acadêmico. Mas já se sabe que, com a ajuda de um computador, estudantes desenvolvem análise crítica, capacidade de pesquisa e conhecimento tecnológico mais apurados. "A tecnologia não garante por si só a transmissão de conhecimento. É a forma como ela é usada pelo professor que determina o valor que de fato ela vai agregar", diz Simão Pedro Marinho, coordenador do programa de pós-graduação da PUC-Minas e assessor pedagógico do programa Um Computador Por Aluno (UCA), projeto-piloto que pretende levar um notebook para cada estudante da rede pública de ensino básico.
Outro ponto essencial para o sucesso da inserção da tecnologia é o treinamento dos professores. Ou seja: é preciso preparar os mestres para que eles explorem ao máximo os recursos da máquina com seus alunos. Nesse quesito, por exemplo, o sistema público de educação nacional tem mostrado falhas. Pesquisa divulgada nesta semana pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) revelou que 75% dos professores da rede pública dependem principalmente de contatos informais para buscar aprimoramente sobre tecnologia aplicada à educação. Em outras palavras, não há orientação formal. O docente depende principalmente de sua motivação pessoal e da ajuda de colegas para aprender algo sobre o uso do computador e da web. "Se não há orientação institucional, é difícil tirar o professor de sua zona de conforto. Essa acomodação muitas vezes é reflexo de sua posição de funcionário público. A escola particular cobra que seu professor se atualize ou ele é demitido. A escola pública não dispõe desse mecanismo", diz Marinho.
De olho nas pregações dos pesquisadores, Porto Seguro e Dante Alighieri, também de São Paulo, trataram de cuidar do destino que darão a seus tablets e do treinamento dos professores. O primeiro convidou os professores que se sentiam mais à vontade com o dispositivo eletrônico à mão para discutir os rumos pedagógicos do processo. "Com eles, desenhamos os primeiros passos desse projeto-piloto", diz Bianca Santana, professora e coordenadora de tecnologia da educação. Até o fim deste ano, os mestres desenvolverão conteúdos de aula com ajuda de aplicativos oferecidos na AppStore, a loja de aplicativos da Apple. Simultaneamente, estão em produção 200 aplicativos feitos sob medida, desenvolvidos a partir da orientação dos professores, em áreas como língua portuguesa, química, física e matemática. No futuro, os programas serão oferecidos gratuitamente a outras instituições que quiserem fazer uso deles.
Outro projeto em curso é capacitação dos alunos, que ajudarão na construção dos aplicativos. Para isso, serão oferecidas oficinas de programação aos interessados. Inicialmente, os tablets serão usados nas classes do fundamental II (sexto a nono ano) e do ensino médio. "Temos que acabar com a ideia de que a escola é sempre a última a incorporar as novas tecnologias. Precisamos dialogar mais com nossos alunos", resume Bianca.
O Dante Alighieri preferiu focar apenas nos estudantes do ensino médio para inicar o trabalho com tablets. Mas também firmou parcerias com empresas de tecnologia para a criação de aplicativos customizados que atendam às exigências de seus professores e estudantes. "Queremos extrair o melhor desse dispositivo, explorando todo o seu potencial de interatividade e portabilidade", diz Valdenice Minatel, coordenadora de tecnologia da escola. Nos Estados Unidos, a prática também tem ganhado força. Somente a prefeitura de Nova York comprou 2.000 iPads para as escolas de áreas vulneráveis, como o Bronx. Já a Coreia do Sul, um dos melhores sistemas de educação do mundo segundo avaliações internacionais, anunciou que, em 2015, pretende abandonar os livros escolares impressos e fazer do tablet ferramenta essencial de aprendizagem. Em todos os casos, vale o mesmo alerta: "O tablet ou o computador só servem se forem inseridos em um contexto de reforma educacional", diz Mark Warschauer, professor da Faculdade de Educação da Universidade da Califórnia. "Se esses aparelhos são jogados na escola sem um projeto pedagógico forte, nenhum resultado positivo será aferido."
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Fonte: Revista Veja

domingo, 3 de novembro de 2013

Objetos de Aprendizagem estimulam novos modos de ensinar e de aprender

Objeto de Aprendizagem - OA - pode ser qualquer recurso (texto, imagem, vídeo, animação, jogos digitais) que tenha a finalidade de apoiar o aprendizado escolar. Em específico, os OAs enquanto recursos digitais podem fornecer subsídios para motivar e enriquecer os processos de ensinar e de aprender de forma complementar aos materiais já utilizados em sala. Diversos portais educacionais nacionais oferecem OAs voltados para diferentes áreas, como é o caso do Portal Objetos de Aprendizagem, desenvolvido pela equipe do Núcleo de Tecnologia de Concórdia-SC, em que a partir de uma seleção esses recursos estão disponibilizados por área de ensino, o que facilita ao professor para o acesso e a escolha. Para acessar o portal Clique Aqui.

 CLIQUE PARA ACESSAR O PORTAL

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

3º ENCONTRO DE FORMAÇÃO DO PROJETO TABLET/UFPB EM JOÃO PESSOA

Acontecerá nos dias 31/10 e 01/11 o 3º Encontro de Formação do Projeto Tablet Educacional/PB/UFPB, no laboratório da Universidade Federal da Paraíba. As atividades previstas para o encontro podem ser visualizadas CLICANDO AQUI.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Tutores virtuais participam de capacitação no Ambiente Moodle do Tablet Educacional/PB/UFPB

Dar uma boa formação à distância aos professores participantes do Projeto Tablet Educacional/PB/UFPB depende de um conjunto de fatores comunicacionais, motivacionais, da pesquisa, da troca, da produção conjunta e do constante apoio virtual. Pensando nessa "química", quarenta graduandos do curso Licenciatura em Ciência da Computação do Campus IV da UFPB foram selecionados para atuar como Tutores virtuais no projeto e participaram de um treinamento que aconteceu nos dias 08/10 e 09/10 no laboratório do Departamento de Ciências Exatas desse Campus, em Rio Tinto. Acesse a programação do treinamento clicando aqui.


O Ambiente virtual é um recurso eficiente no apoio ao ensino tanto a distancia como no presencial, com o uso dos Fóruns, Chats, Sala de aula virtual, entre outras ferramentas dispostas na plataforma. O Ambiente Moodle do Tablet Educacional/PB/UFPB está sendo preparado para melhor receber os professores das escolas beneficiadas e garantir o bom gerenciamento do aprendizado nessa etapa de formação.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

2º ENCONTRO DE FORMAÇÃO DO PROJETO TABLET/UFPB EM JOÃO PESSOA

Aconteceu nos dias 30 e 01 de outubro o 2º Encontro de Formação do Projeto Tablet Educacional/UFPB 2013, que foi realizado em João Pessoa, no laboratório da UFPB Virtual. O Encontro objetivou dar continuidade às ações da formação e planejar as próximas ações do projeto. As atividades compreenderam a apropriação tecnológica ao uso pedagógico do Tablet Educacional e a elaboração de um roteiro didático ao uso pedagógico de um aplicativo disponível no Tablet. Estiveram presentes os coordenadores, os supervisores e os formadores do projeto, além da equipe de formação da UFPB.



O projeto de uso pedagógico do Tablet Educacional está sendo desenvolvido pelo Núcleo de Tecnologia Educacional da Secretaria de Educação do estado da Paraíba, em parceria com a Universidade Federal da Paraíba. Estão acontecendo encontros de formação presencial entre formadores, tutores e professores cursistas nas escolas. Além disso, o projeto utiliza a plataforma Moodle da UFPB, como apoio à distância, onde os envolvidos interagem, são acompanhados e avaliados para serem certificados com formação pela UFPB.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

FORMADORES E SUPERVISORES DE CURSO PLANEJAM AÇÕES

Aconteceu nesta sexta (13) a reunião de planejamento dos Coordenadores, Supervisores e Formadores do projeto Tablet Educacional/PB 2013, no Núcleo de Tecnologias Educacionais - NTE - de João Pessoa. A reunião objetivou avaliar os encontros de formação que aconteceram durante a semana e planejar as próximas ações para a Formação dos tutores do projeto. Nesta etapa de formação, o projeto já conseguiu reunir os tutores das 200 escolas beneficiadas com o projeto, possibilitando a apropriação tecnológica ao uso do Tablet educacional. A formação vem acontecendo com encontros presenciais e momentos à distância, através do Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle da UFPB. Os professores envolvidos na formação têm entendido a proposta da formação, com relação ao uso do Tablet na sala de aula que não só irá melhorar, mas acreditam no potencial de mudar o conceito de aprendizagem nas escolas públicas de nosso estado.




sábado, 7 de setembro de 2013

ENCONTRO DE FORMAÇÃO COM TUTORES DO TABLET EDUCACIONAL/PB

Aconteceu nesta sexta (6) o Encontro de Formação com os professores Tutores do projeto Tablet Educacional/ PB no auditório do Núcleo de Tecnologias Educacionais - NTE de João Pessoa. Recebeu a formação os Tutores de 24 escolas da 1ª Regional de Ensino beneficiadas com o projeto. O Encontro teve por objetivo iniciar as ações de formação dos professores tutores na apropriação tecnológica e pedagógica ao uso do Tablet Educacional, bem como familiarizá-los com o ambiente virtual de aprendizagem, a plataforma Moodle da UFPB, ambiente utilizado para os momentos de formação a distância.


O planejamento compreendeu a primeira aula do Módulo I - Apropriação tecnológica e Plataforma virtual. As atividades programadas para esse primeiro encontro compreenderam a introdução de alguns recursos do Tablet Educacional e o planejamento de uma ação pedagógica ao uso do Tablet. Os conteúdos trabalhados foram: tecnologias digitais nos processos de planejar, de ensinar e de aprender; apresentação do projeto; elaboração de uma ação pedagógica com o Tablet; apresentação da plataforma Moodle, e; orientações gerais sobre os encontros de formação nas escolas. Na formação esses conteúdos foram trabalhados tendo por princípio maior o Letramento digital dos profissionais da educação. 

Após se ambientarem na plataforma virtual do projeto, acessando a Sala de Formação,  os professores Tutores interagiram entre si, realizando postagens no fórum de debate, mostrando-se bastante envolvidos com a proposta de usar pedagogicamente os Tablets Educacionais, uma postura que certamente contribuirá para o sucesso do projeto e para a formação tecnológica dos professores das escolas beneficiadas.

Nesse mesmo dia aconteceram encontros de formação nos municípios de Guarabira e de Itabaiana. Na semana de 09/09 a 13/09 serão formados professores Tutores das escolas atendidas pelo NTE de Campina Grande, de Patos, de Cajazeiras e de João Pessoa.  O projeto, que está sendo desenvolvido em parceria com Ministério da Educação e Cultura - MEC,  Secretaria de Estado da Educação da Paraíba - SEE PB e Universidade Federal da Paraíba - UFPB,  tem por proposta o uso pedagógico do Tablet Educacional com a formação de mais de 5 mil educadores da rede estadual de ensino de 200 escolas do estado.